O Boi do Povo: o comunitarismo em Covas do Barroso

"Em grande parte das aldeias do concelho era frequente os lavradores associarem-se para a compra, manutenção e sustento de um ou mais touros reprodutores, consoante o número de vacas existente na aldeia. Este animal, localmente designado como Boi do Povo, era propriedade comum dos lavradores da aldeia e tinha como principal função a reprodução. Geralmente, a manutenção e sustento do Boi do Povo estavam a cargo dos lavradores de cada uma das aldeias, num sistema de rotatividade entre eles, à roda, durante um período de tempo proporcional ao número de vacas que cada um tivesse. Todavia, em algumas aldeias, eram os maiores lavradores, que detinham mais recursos, quem cuidava do Boi, um determinado tempo, que variava consoante as aldeias. Em Covas do Barroso, eram nove os pensadores do Boi. Cada um ficava com ele durante um mês. Os restantes lavradores, que não pensavam o Boi, pagavam a esses uma quantia em cereais, os alqueires de pão (milho) por cada vaca que tivessem para cobrição."

Da monografia: Preservação dos Hábitos Comunitários nas Aldeias do Concelho de Boticas, Ed. Câmara Municipal de Boticas (pág. 119)


Imagem intitulada "Chega de Bois" retirada do site do atelier de artesanato Arte da Terra, localizado em Paradela do Rio, Montalegre

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