Uma descrição de Covas do Barroso

Covas do Barroso: Como a sua toponímia refere esta aldeia, está situada no fundo (cova) das abas da serra do Barroso. Dista 15 Km da sede de concelho. Actualmente dispõe de dois bons acessos, ambos servidos a partir da estrada nacional n.° 311, que liga Boticas à vila de Salto. O orago desta freguesia é Santa Maria. Tem 473 habitantes (censos de 1991).
A origem desta povoação perde-se no tempo. A existência nas suas proximidades de um conjunto significativo de castros atestam a sua importância e antiguidade histórica, designadamente o de Lesenho e Muro. Esta povoação dispõe de muita água e de terrenos com óptima aptidão agrícola [...]. No rio Covas foi também construída uma mini- hídrica destinada à produção de electricidade.
Nesta freguesia existiram duas povoações, a de Cabanelas e de S. Martinho que se extinguiram por motivo da peste nos anos de 1560. Esta freguesia é uma das maiores e mais importantes do concelho de Boticas. [...]

Esta freguesia foi abadia da apresentação da Casa de Bragança. Tem vários monumentos designadamente, o forno do povo, capela dedicada a Santo António e o pelourinho, situados no centro da povoação, bem como a igreja e a residência paroquial, estes de maior importância.

Esta igreja, juntamente com a casa paroquial, formam um conjunto arquitectónico dos mais valiosos e belos de Barroso. Os seus cachorros exteriores, as duas capelas e os seus dois altares laterais, os frescos no interior, a elegância da sua capela mor, toda feita em pedra com uma cúpula sustentada por duas nervuras cruzadas no zénite da abóbada fazem desta igreja um monumento singular. Nesta igreja, foi sepultado em 1459, D. Afonso Anes Barroso, escudeiro do primeiro Duque de Bragança. O seu artístico sarcófago em pedra, assente em dois leões, tem uma tampa que representa um monge deitado, tendo sob a cabeça um artístico travesseiro e aos pés um pequeno animal. Está encaixado. sob um pequeno arco cavado na parede do lado da epístola. A residência paroquial de Covas é composta por grandes corredores, amplas janelas e portas, salões, lavatório de pedra, depósito de água à entrada, muros altos, arcaria na cozinha e adegas.

Muro é uma das três aldeias desta freguesia. Considerando o seu topónimo e que muro e castro são sinónimos, a origem da povoação de Muro, estará certamente ligada à protohistória.

Romainho, (diminutivo de Roma) é um aglomerado populacional que atesta a permanência visigoda na região. O bairro de Romainho nada mais é do que o Bairro dos Romaninhos, os autóctones acantonados num bairro, à parte, enquanto os germânicos viviam, sem se misturar. ao lado, no outro bairro. No lugar de Romainho destaca se a existência de uma capela ou ermida dedicada a Nossa Senhora do Desterro bem como, a existência de um canastro particular, inteiramente construído em granito e que urge preservar.

Retirado do semanário Notícias do Douro

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